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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

VERSO & PROSA 

Por Fabiane Seleme

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 "Nossa cabeça é redonda para permitir ao pensamento mudar de direção."
  
Francis Picabia



www.facebook.com                                                                                           Por Fabiane Seleme

Login e senha por favor e pronto!  Bem vindo à página virtual mais conhecida do mundo real.
O site pode ser virtual, mas de uma realidade tão concreta que nos últimos dias tomou atenção em rede nacional. Acho que está havendo um curto circuito em relação a privacidade e acho que há um desentendimento do que é uma rede social.

O facebook, e aproveite enquanto ele ainda tem esse nome, porque daqui a pouco já vai ser substituído por outra página, outra invenção, outro mecanismo que visa conectividade e a comunicação, e não se sinta um macaco indo de galho em galho não, é bem isso mesmo, nós como usuário vamos dançando nesse mundo conforme a música. Porque o interesse maior  e o que é gerado a partir disso não nos cabe, o que interessa é encontrar os amigos, é interagir com a galera e ter um espaço de repente pra nós mesmos. O facebook pode ser tudo isso, ou nada disso, vai depender do cara pálida atrás de cada perfil.

Dizem os sábios que no fundo qualquer diário é feito para um dia ser lido, ele não é uma fonte de informações secretas, bem pelo contrário, um diário é um banco de dados riquíssimo um conjunto de informações de uma época, relatos de um cotidiano interessante ou não, mas que apresentam uma história para um dia ser compartilhada.

O facebook é um tipo de diário mais dinâmico e representa cada um de seus usuários sim. Aposto sempre na naturalidade, porque com ela nunca tem erro, tem quem faça um tipo, perfil secreto só para ver o que o está acontecendo, deixe que fiquem atrás da cortina, vai ver que é assim que se comportam diante de outras situações, não cabe a nós debater, basta compreender que como na vida cada um tem seu estilo. 

Gosto de quem curte, mais curte de verdade, aquele clipe ridículo que você postou, aquele trecho de uma poesia, uma letra de música, aquela mensagem de aniversário que você se inspirou, um desabafo, no fundo, ali você vai conhecendo aos poucos que tem uma “carrada” de gente que sente e pensa igual a você e as vezes pessoas com as quais você conviveu e nunca sentiu essa pegada de dividir certas coisas.

Não curto tantas outras coisas postadas, mas que bom que não tem o botão não curti, aliás não estamos aqui  para entender ninguém, ofender ninguém e nem elogiar, julgar.  As pessoas fazem isso porque tudo acaba se misturando e virando um turbilhão de sensações, indiretas, diretas e às vezes nada disso, muitas vezes já postei músicas porque estava afim sem ter impacto e nem sentido no presente momento e certamente fui bem e mal compreendida.

Sem problemas, o legal é ver quem dá a cara a tapa, gosto das fotos produzidas, deixa o povo se colocar bonito ali nos álbuns mesmo você sabendo que ao vivo aquela pessoa não passa de uma ”bruxa do 71”, deixa as paisagens se misturarem,  deixa o profissionalismo correr solto, é uma ótima ferramenta para marketing, deixa a propaganda reinar soberana e deixa a agenda do dia pegar valendo, isso é facebook, é você estar por dentro mesmo não saindo de casa. E me deixem colocar fotos dos meus filhos caninos e de pés, que é o que mais adoro!

Tem quem baixe a máquina toda de fotos e posta lá, tem quem coloque uma foto a cada quatro meses e tem que não coloca foto porque não quer se mostrar, mas fica relatando todas as suas paradas, as cidades que visita e quando chega em casa escreve que está chegando no “lar doce lar”. Chega a ser patético saber que “fulano” entrou no banho, que “ciclano” regou as plantas, que “beltrano” fez xixi, que “João” saiu do banho, que “Pedro” fez bolo de banana, mas é uma pateticidade tão gostosa quando se é natural, que até dá vontade de elogiar a torta de banana e pedir uma fatia virtual.

Me poupe meu povo, quem não quer se expor não se exponha, mas aí o filho do sujeito o expõe, contando que o pai comprou carro novo, e o irmão já comenta da viagem pro exterior e assim por diante, e está tudo ali, a disposição, mas quem é que se preocupa com a viagem que você faz ou deixa de fazer, então queridos pelo jeito tem uma massa que sim!

Tem o lado “facebookiano” da presença, estar presente como numa chamada de escola, como se nós tivéssemos a singela ilusão de que alguém ali nos ouve, de que podemos subir em uma espécie de palco e desabafar aos quatro cantos nossa indignação porque fomos roubados, a tristeza da perda de alguém, a insegurança diante de um problema e a felicidade nos momentos bons, e ali abraços virtuais emocionam, juro que sim!

Nessa página podemos escolher nossos amigos e se você quer ter número vai lá e aceita a torcida toda, é livre, mas não é a intenção. O bacana é ter algum vínculo com as pessoas do seu lado. Vale sim uma roda saudável de amigos e colegas onde exista pelo menos uma proximidade do que qualquer mero interesse, para compartilhar e dividir seus momentos.

Quer trocar receita, quer combinar uma festa, quer fazer algum curso, programar uma viagem, se interar de esporte, de novela, séries de TV, dança, filmes, música e mensalão? Bem vindo ao facebook, quer matar as saudades dos amigos de fora, da família, da criançada, quer mandar um recado, fazer um convite, uma mensagem, falar no escurinho, na surdina, dar uma cutucada, bem vindo ao facebook.

Viu só, pra quem chama isso de droga (da qual sou usuária sim) e como qualquer outra, aprecie com moderação, não vejo problema nenhum em ter um perfil e ao mesmo tempo ser uma pessoa de carne e osso, isso é absolutamente saudável e normal! 

Você não precisa usar o facebook na hora do trabalho, da escola, não precisa comer fast food enquanto acessa, não precisa se esconder atrás desse perfil, não praticando esportes e não tendo vida sociável ativa, ele não é vilão, ele é apenas uma extensão do que você é, simples assim. Os monstros que a sociedade cria são totalmente culturais e pessoais, é o medo do novo, é o não entendimento, é a falsa noção de que as outras épocas eram melhores, cada uma tem seu ganho e sua perda, vamos entender isso,chamar a responsabilidade para nós, não é a toa que o facebook não tem discriminação com idade, raça e tudo mais que pode existir é totalmente livre, por isso o aumento no número de idosos e crianças nas páginas, sejamos felizes e naturais virtualmente e  vamos  tentar usar essas ferramentas sempre para o bem, está bem meu bem?



 

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