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quarta-feira, 26 de junho de 2013

VERSO & PROSA 

Por Fabiane Seleme

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Presidente Dilma:

Eu fui, eu vi, eu senti de perto esses dias de manifestação, e me sinto melhor, dessa vez me sinto melhor por mim, amigos e brasileiros, enfim soltamos o grito entalado a muito tempo. Senti alegria quando soube que a tão abominada PEC 37 foi rejeitada, senti náuseas quando ouvi seu discurso decorado, de medidas e soluções que até alunos do primeiro grau apontam em suas redações quando questionados sobre um futuro melhor para o país, não houve sentimento, o que na redação dos alunos certamente haveria. Aliás recomendo a leitura de O Pequeno Príncipe, acho que ele pode ajudar!
No primeiro momento me senti uma palhaça, meio que um filho que quer a todo o custo atenção dos pais, então precisa gritar, sair na rua, tudo pra chamar a atenção! Mas quando percebi seu rosto de preocupação debaixo de uma generosa camada de base pó e sombra, entendi que tudo está valendo a pena! Vale a pena sair na rua, mesmo se arriscando em um país que não fornece segurança pública! Se preocupe mesmo, fique com os cabelos em pé! Colha o que plantou, o que plantaram o que deixou plantar nesse seu jardim e colham na proporção do plantio é claro. Não sou filiada a partidos e já ando desacreditada de muita coisa perante a um sistema totalmente falho e de interesses pessoais! Mas agora a bandeira é uma só , sem números e com mais de cinco estrelas!
Senti desgosto quando falou sobre trazer os médicos de fora quando o que precisamos é de uma estrutura se saúde pública digna, foi medo o que senti quando fui ao Posto de saúde tomar a vacina contra gripe e me deparei com um local bagunçado e sujo. A gente vê, a gente sente, presencia, e apesar da educação pública desaforada que temos, muitos de nós tivemos valores de berço, da família, de educadores e da pátria mãe gentil. Fomos as ruas e vamos continuar indo porque acreditamos nas pessoas desse país, porque queremos ficar aqui e desfrutar das coisas boas dignamente e cabe a vocês representar uma nação que pede, implora melhoras!
Esse é um momento de reflexão geral, reflita primeiro e depois se manifeste, é o que te resta!E quanto a nós mais do que nunca com os cinco sentidos aguçados monitorando atentamente toda essa evolução política.

Fabiane Seleme     


O Leviathan de areia (caosordenado.com)



Por que os protestos no Brasil ainda não são suficientemente difusos?
Quase todos os analistas concordam: os protestos das últimas semanas não se encaixaram nos moldes tradicionais da política. Será? Ainda me parecem completamente tradicionais.
É verdade que não surgiram comícios, que as bandeiras de partidos foram evitadas e que nenhum político profissional teve coragem de capitalizar o movimento — ainda. Mas as pessoas caminhavam diretamente para centros simbólicos de poder: congresso etc. O alvo era claro, as instituições governamentais.
Por um lado, isso é louvável. Mas, por outro, mostra o quão desconectados estamos da política que é exercida concretamente, no dia a dia. Afinal, não marchamos para as portas das corporações. Não aparecemos na frente da Bovespa. Alguém fez manifestação em frente dos bancos?
Nossa visão da política ainda é extremamente centralizada. Nós ainda esperamos que o Papai Estado se mostre arrependido de ter nos tratado mal.
Se tivermos alguma sorte, Ele dará demonstrações de boa-vontade. Tentará botar panos quentes. Mas, passadas algumas semanas, no cotidiano frio e burocrático, Papai terá que enfrentar as forças da sociedade civil. Essas que pagam nossos salários.
É moda dizer que as manifestações revelam uma “inquietação difusa”. Pelo contrário: ela é extremamente concentrada. Concentrada no governo. Os políticos são os catalizadores de uma certa indignação moral.
O problema é que o Estado, por mais poderoso que seja, não é o Leviathan que achávamos que fosse. Ele está eivado de pontos-fracos, que são historicamente explorados pelos poderes que emanam de inúmeros pontos da sociedade civil. É exatamente isso que permite que surja a corrupção — uma das demonstrações mais granulares da incapacidade do Estado de regular toda a sociedade.
Portanto, se, por exemplo, nós queremos atacar o desvio de verbas para as obras da Copa, porque não protestar em frente das empreiteiras? Por que não boicotar os produtos de empresas que se coligam ao governo para ações questionáveis?
Por que fazer uma manifestação? Por que não viver em ativismo? Porque é coisa de hippies? Porque vai levá-lo a uma vida supostamente menos divertida e estilosa?
Mais: se o problema é a “ausência de moralidade” na política, por que não investigar essa própria moral e ver de que tipo de fenômenos ela desvia nossa atenção?
Esse tipo de atividade política granular exige engajamento diário. Exige que você contrarie seus próprios estilos de vida. E isso vai diretamente contra o maior problema político / social da nossa época: a busca pelo conforto e pela conveniência. É isso que dá real força para as instituições da sociedade civil que exercem poder também via governo.



AQUELE ABRAÇO

Abraço coletivo!!!!!!! Brasil contra a corrupção!




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