"Você só está dando algo quando está oferecendo a si mesmo. E o momento será sempre o dia de hoje, e não o tempo dos seus herdeiros.
Portanto, não se vejam como pessoas generosas no momento de dividir algo. Porque na verdade é a vida que tudo divide e compartilha, e os seres humanos não são nada além do que testemunhas de sua própria existência"
Gibran Kahlil Gibran
Alguns palpites, algumas curiosidades
Leio os jornais, vejo TV, presto atenção a algumas coisas --não ao
conflito da Síria-- e me meto em assuntos onde não fui chamada; é mais
forte que eu.
Começando pela PEC das empregadas, assunto que me fascina. Se as novas
regras tivessem sido estabelecidas por pessoas mais inteligentes, mais
preparadas, é elementar: a PEC não teria que passar por uma
regulamentação (que está sendo, aliás, bem complicada).
Li outro dia que uma empregada que ganha em volta de R$ 1.500, feitas
todas aquelas contas complicadíssimas --que começam com a divisão do
salário por 220--, vai receber por cada hora extra (noturna) em volta de
R$ 10.
Não foi dito se ela é obrigada a aceitar fazer horas extras noturnas,
mas eu, se fosse ela, não aceitaria. Ganhar R$ 20,00 para trabalhar além
do expediente, de 10h à meia-noite? Nem pensar.
E outra coisa: quem trabalha em um apartamento pequeno, duas horas por
dia, duas vezes por semana, como é que fica? Nisso ninguém falou.
Também não foi falado, mas é bom lembrar, que as empregadas passaram a
ter direito a todos os feriados: os três dias de carnaval, dia 1º de
janeiro, dia de S. Jorge, sexta-feira da Paixão, etc. etc. E não vai
mais ser preciso chamá-las de secretárias do lar; agora são empregadas, o
que antes era considerado ofensivo.
Dúvidas: elas podem se recusar a trabalhar de uniforme? Se puderem,
tente imaginar a cena: servir a mesa em casa de Paulo Maluf, por
exemplo, de shortinho de lycra, tomara que caia e sandália havaiana.
Mais uma coisinha: o que é considerado justa causa? Tive uma empregada
cujo horário era das 10h às 14h, mas que chegava invariavelmente às 12h;
seria isto considerado justa causa? A PEC só fala das obrigações dos
empregadores, e de nenhuma das empregadas.
Outro assunto: o direito dos pedestres. Não sei se é ou não permitido
que skatistas e ciclistas circulem nas calçadas, mas eles circulam na
boa, sem respeitar a mão e a contramão, ai de nós pedestres.
E aproveitando a onda, por que não proíbem o celular dentro dos
elevadores? Outro dia eu ia para o 21º andar e eram dois que falavam
--sendo que um deles comentava a novela. Se tivesse uma arma eu matava, e
qualquer juiz me absolveria.
E mais um, o último: há muito tempo não ia ao calçadão de Ipanema tomar
uma água de coco num quiosque. Fui no feriado, e achei estranho que o
coco não tivesse sido aberto como sempre foi; havia nele um furinho
muito bem feito, como se fosse por um saca-rolha, para a entrada do
canudo (fora a inflação, de R$ 3 para R$ 5).
Estranhei, e tive a impressão de estar tomando uma água de coco
industrializada, o que não tem a menor graça. Quando terminei pedi para
que cortassem o coco, para ter o prazer celestial de comer a carne, com
um pedaço da casca servindo de colher; aí soube que, desde o carnaval,
isso havia sido proibido.
Não dá para acreditar; um dos prazeres da praia, diante da natureza
espetacular --para nativos e turistas--, é justamente, depois de beber a
água, comer a carne, que às vezes está um creme, às vezes mais sólida, e
essa expectativa faz parte do encanto e da maravilha que é se estar num
país tropical.
Hoje, quem bebe a água do coco tem a sensação de estar tomando um
refrigerante, sua carne, que deveria ter sido tombada pela Unesco, já
era, e gostaria de saber de quem foi essa ideia de jerico.
Será que o prefeito Eduardo Paes, que se gaba tanto de ser carioca, sabe
disso? É isso que se chama choque de ordem? Pobre do Rio de Janeiro.
Danuza Leão
AQUELE ABRAÇO
Abraços, reencontro e muita risada, assim é sempre com a amiga maravilhosa Josiane Frantz (Jô) dona do abraço apertado da quinzena!
No registro: Gis Kuminek, Jô Frantz, Rê Frantz e Faby Seleme
Mil beijos da FabyS
Não fosse isso e era menos Não fosse tanto e era quase (Paulo Leminski)
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