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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

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 Por Fabiane Seleme

 "Eu queria, que essa fantasia fosse eterna, quem sabe um dia a paz vence a guerra, e viver será só festejar" Evany

Carnaval bem comportado

Pode ser um sinal dos tempos, ou uma tendência conservadora de comportamento, mas no desfile das escolas de samba, um ambiente de pouca roupa e muita sensualidade, contavam-se nos dedos as mulheres com os seios nus em 2011. Saudosistas lembravam de Luma de Oliveira e sua comissão de frente sambando diante da bateria como cena de velhos carnavais.É verdade que a preferencia nacional, ao contrário da americana, nunca foi por seios. E tanto as feministas americanas como as brasileiras odeiam esse assunto. Mas o interesse é antropológico: este ano nem as madrinhas de bateria mostraram seus troféus de silicone. Além de Waleska Popozuda, só algumas raras figurantes se exibiam de peito aberto. E a devassa dos camarotes era a Sandy.
Parece mentira, mas há 20 anos, nos áureos tempos de Joãosinho Trinta, as escolas estavam saindo tão peladas que provocaram a célebre polêmica sobre "genitálias desnudadas" na transmissão do desfile pela televisão. O que mostrar ? De que ângulo ?
Há 15 anos fez grande sucesso - como um quadro do familiar Fantástico - uma série de programas de 10 minutos com histórias baseadas em A vida como ela é, de Nelson Rodrigues. Escrita por Euclydes Marinho e dirigida por Daniel Filho, a série desnudou quase todas as jovens estrelas da Globo na época.
Hoje é algo inconcebível na TV aberta, em qualquer seriado ou novela. Como a abertura de Tieta, de 1989, protagonizada por uma morenaça nua em pelo dançando sob o coqueiral. Nudez agora só por assinatura.
Em compensação, nas últimas novelas, notei que alguns personagens, quando furiosos, já são autorizados a dizer "merda", e já se ouve "babaca" com alguma frequência. Há 20 anos, novela não tinha palavrão, seria um escândalo, um desacato às famílias que assistiam pela televisão ao desfile de seios e genitálias desnudadas.
A TV aberta é o melhor termômetro popular, é um raro espaço em que o povo está de fato no poder: as emissoras fazem todas as suas vontades para garantir a audiência e a publicidade. Entre velhos palavrões e novos pudores, a moral familiar nacional revela os seus valores na Era Lula/Dilma. Estou ansioso para ver os desfiles esse ano!

Nelson Motta

AQUELE ABRAÇO

Abraço em ritmo de batucada para quem tem a alegria do Carnaval no coração!







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